Você sabe o que Masterização? Sabe realizar o processo para finalizar a produção de áudio e deixar tudo soando lindamente? Nesse post, vamos falar tudo sobre essa arte para que você a domine e não tenha mais dúvidas sobre o tema.
A Masterização é muito importante, pois é a finalização do áudio. Após masterizar, seu áudio estará pronto para ser divulgado, seja em plataformas de streaming ou em mídia física.
Por isso, realizar uma boa Masterização é essencial para um bom resultado final. Porém, para que o áudio seja bem masterizado, ele também precisa ser bem mixado. É na Mixagem que as correções e ajustes de cada elemento da música deve ser feito.
Caso contrário, a Masterização vai evidenciar os problemas que não foram corrigidos. Por isso, antes de entender tudo sobre Masterização, aprenda tudo sobre a Mixagem. Para isso, temos um guia completo para você dominar a arte da Mixagem, que você pode ler clicando aqui.
Depois de entender tudo sobre a Mixagem, é hora de voltar ao tema desse post. Vamos falar sobre como masterizar bem e de forma simples, sugerindo alguns plugins alguns softwares muito eficientes, como o Reaper por exemplo.
Mas o que é a Masterização de fato?
Não é incorreto afirmar que a Masterização é um processo semelhante ao de Mixagem, pois ocorre de forma bem parecida. No entanto, a Master é realizada no áudio como um todo, ao contrário da Mix que é realizada em cada uma das tracks.
Masterizar é fazer na saída principal o que fizemos track a track. Por isso, é necessário ter ainda mais cuidado e treinar o ouvido, pois a é a Master que determina como nossa música irá soar.
Resumindo, a Masterização é o retoque da maquiagem, o acabamento. É como aplicar um selador em um a pintura para realçar as cores. No caso do áudio, vamos realçar as propriedades sonoras, de acordo com o estilo musical.
Antes de começar a masterizar, busque referências, ouça músicas que sejam do mesmo estilo para se ter um caminho a seguir, uma sonoridade característica a alcançar. Inclusive, é válido ir realizando o processo de Masterização e ouvindo a música de referência, para assimilar bem a sonoridade.
Existem várias formas de se realizar a Masterização. Algumas bem rápidas, outras mais demoradas e complexas. O que se deve ter em mente é qual o objetivo a ser alcançado. Após isso, deve-se estudar a melhor forma de chegar à sonoridade desejada.
Tipos de Masterização – As principais formas
Ao longo do tempo, a Masterização foi sendo realizada de maneiras diferentes, á medida em que novas tecnologias era desenvolvidas. Atualmente, existem inúmeras maneiras de se realizar esse processo.
Podemos dizer que existem recursos que dispensam totalmente o trabalho do produtor, ou não. Afinal, o produtor musical é o cara que vai entender a referência e ter a sensibilidade de direcionar as propriedades do som para aproximá-lo do referencial.
Mas, não se pode negar que o processo tem ficado bem mais rápido em alguns casos. Vamos falar sobre os tipos de masterização mais comuns, desde os meios analógicos até os recursos digitais disponíveis atualmente.
Master em fita – Talvez a primeira forma de masterizar o áudio
Nos primórdios da produção de audio, nos studios cem por cento analógicos, a Masterização era feita em uma nova gravação. Após realizar toda a Mixagem da música, o sinal de áudio era enviado para um gravador de rolo estéreo.
Era nesse momento que os ajustes na Mastertrack eram realizados. O que era gravado nessa fita era o resultado final da produção. Não se havia muitos recursos de melhoria no equipamento, mas abertura em estéreo era muito eficiente.
Na verdade, o processo de Masterização, nessa época, era basicamente esse. Fazer tudo soar estéreo. As melhorias, de forma geral eram realizadas no processo de Mixagem e não podiam deixar nada mal acabado.
Master analógica – Um processo mais demorado e com mais recursos
A Masterização em fita também é um processo analógico. No entanto, o processo que falaremos agora utiliza mais recursos e equipamentos. Aqui já é possível trabalhar mais elementos do áudio, além da abertura em estéreo.
Trata-se de uma cadeia de equipamentos pelos quais o sinal de áudio passa após sair da mesa de som ou do console de gravação. Geralmente, se usa equalizadores, compressores e alguns outros recursos.
Após realizar a Mixagem, o áudio é enviado, já em estéreo e recebe o tratamento final nesses equipamentos. Uma equalização geral, para dar o acabamento necessário, filtrando as frequências que sobrarem.
Em seguida uma compressão e outros ajustes que falaremos mais adiante. Por fim, o áudio era enviado para um gravador. O gravador, seja cassete ou laser (Para CD), já recebia o áudio pronto.
Master Digital – Um mundo de possibilidades e recursos
É fato que o mundo digital abre uma infinidade de possibilidades. Na Masterização não seria diferente, já que os Plugins VST são capazes de emular qualquer tipo de equipamento e, ainda, criar outros tipos de recursos para melhorar o som.
Para você entender tudo sobre os Plugins VST, leia nosso artigo completo sobre o tema. Assim, você vai descobrir tudo sobre esses recursos que são excelentes para a Mixagem e a Masterização em Home Studio.
Na Masterização digital, pode-se trabalhar de forma a obter uma sonoridade semelhante ao processo analógico ou focar na sonoridade digital e deixar tudo mais moderno. Porém é necessário cuidado, pois com tantas possibilidades, os exageros podem ser cometidos sem que se perceba.
Outra vantagem da Masterização digital é a existência de consoles prontos e pré programados por estilo. Com eles, é bem fácil realizar o processo. Basta dar alguns cliques e selecionar o estilo desejado. O plugin faz o resto pra você.
Isso é muito bom para quem está começando e não tem muito domínio das propriedades sonoras. No entanto, limitar-se a essa forma de masterizar vai impedir que você evolua como produtor e aprimore suas técnicas de produção.
Então, use os consoles apenas para começar e estude as outras formas de realizar a Masterização. Assim, você irá desenvolver sua audição e aprenderá a trabalhar de diferentes maneiras.
Masterização em Home Studio – A melhor forma de masterizar em casa
Depois de conhecer os principais tipos de Masterização, vamos falar sobre o processo em Home Studio. Afinal, essa é a realidade da maioria dos produtores atualmente. Aqui, nosso guia passa a ser mais prático, focando em técnicas e recursos que você pose usar em casa.
Certamente, a maior parte dos Home Studios no mundo todo trabalham com plugins VST, pois equipamentos analógicos custam muito caro e ocupam muito espaço, duas coisa que geralmente são escassas em Home Studios.
Sendo assim, a Masterização analógica será o método adotado a partir de agora. Então, considere plugins para cada efeito descrito.
O processo de Masterização, não é tão diferente do de Mixagem, como já falamos anteriormente. Então, vamos falar dos principais efeitos a serem aplicados na Master. O resto é prática e perseverança.
Equalização – O equilíbrio necessário para as frequências da Master
Após realizarmos a equalização de cada track da gravação, é natural que algumas frequências fiquem mais destacadas no áudio final. Por exemplo, os médios das guitarras podem se sobressair em um Pop Rock.
Para equilibrar isso, devemos colocar equalizadores na Master. Pode-se trabalhar apenas com um equalizador, realizando uma equalização geral. Mas, também pode-se utilizar mais de um equalizador, trabalhando de forma individual com cada faixa de frequência. Esse é um processo bem semelhante à equalização realizada na Mixagem de Voz, por exemplo.
Dois bons equalizadores para se usar em sequência, na Master são o Q10 Equalizer e o H-Eq Hybrid, ambos da Waves. Esses equalizadores trabalham muito bem juntos. O Q10 é um excelente equalizador paramétrico e o H-Eq, por sua vez é bastante preciso, além de oferecer botão Mode L/R, para se trabalhar a equalização estéreo na Masterização.
Aplique os equalizador e faça os ajustes com cuidado e atenção cuidando apenas das frequências que passarem na Mixagem e criando a sonoridade mais próxima da sua referência sonora. Tudo sem exageros.
Compressão – A dinâmica da Masterização é ainda mais importante qua da Mixagem
Com tantos instrumentos soando juntos, é totalmente normal que haja picos de dinâmica em vários momentos da música. Usando como exemplo, ainda o Pop Rock, podemos perceber que em alguns momentos a bateria se sobressai, ou as guitarras, enfim, a dinâmica não é linear.
Por isso, os compressores são essenciais para deixar tudo no mesmo nível. Dependendo do estilo, a compressão será mais intensa ou mais sutil. A dica da equalização vale para a compressão. Use mais de um compressor e trabalhe com eles em conjunto.
Utilize ajustes diferentes para cada compressor, valorizando a dinâmica de momentos como solos ou refrões, momentos em que a música cresce naturalmente. Afinal, não queremos anular a dinâmica da música, o objetivo é equilibrar.
Os compressores Opto Comp e Classic Comp, da T-Racks são excelentes para Masterização. Ambos trazem propriedades dos compressores analógicos muito usados por produtores de grandes studios.
Também vale a pena ver Plugins que simulam compressores valvulados, como o Vintage Compressor 670, da T-Racks ou o CLA 76 Compressor, da Waves. Esses compressores dão uma esquentada no som, como os equipamentos de válvulas dos anos e ouro da Produção Musical.
Saturação e outros efeitos – Incrementando a sonoridade
Depois de equalizar e comprimir, podemos dar aquela incrementada no som, para que tudo soe mais natural. Claro que há quem goste de uma sonoridade 100% digital, mas um áudio com o calor do analógico é algo muito agradável de se ouvir.
Bom, para dar um clima mais natural ao som, nesse caso, os saturadores são a melhor opção. Esses plugins vão trazer aquela sensação dos equipamentos ligados, como se você estivesse, de fato, passando o sinal por um rack de amplificadores e processadores.
Existem muitos plugins para inserir esse drive no som, basta pesquisar um pouco e você verá que dá pra fazer de muitas formas. O tipo da sonoridade vai variar um pouco dependendo do plugin utilizado.
Como uma primeira sugestão, temos o Saturator X, da T-Racks. Um excelente plugin que traz várias emulações de saturação, inclusive de válvulas, pra dar aquela esquentada no som. Com ele na sua Master, basta ajustar os parâmetros ao seu estilo musical e está tudo soando analogicamente.
Outra excelente sugestão se Saturador é o Kramer Master Tape, da Waves. Lembra dos gravadores de rolo que falamos no início do post? Então, esse plugin emula um daqueles gigantes de fita.
Com ele, a Masterização vai ter uma sonoridade Vintage e quente, já que ele também emula válvulas. É um excelente saturador que vai dar à sua Masterização a cara de gringa que todo mundo quer.
Limiter – Aparando as arestas e deixando tudo impecável
Embora muitos compressores, inclusive os que sugerimos nesse post, atuem também como Limiter, é importante adicionar esse recurso à sua Masterização. Forçar o compressor a fazer a função de Limiter pode comprometer a dinâmica da música.
Por isso, use um Limiter separado para trabalhar diretamente nos picos do áudio. Assim, você elimina apenas o que for necessário, sem comprometer a dinâmica de maneira geral. Você pode até usar um terceiro compressor com função de Limiter, mas trabalhando de forma independente.
O CLA 76, por exemplo, é um ótimo Limiter. Mas, podemos sugerir o L1 Ultramaximizer, da Waves. Um excelente Limiter digital que, além de eliminar os picos do áudio, vai dar ganho ao seu som sem distorcê-lo, algo que aconteceria facilmente em uma compressão mais acentuada.
Dessa forma, Sua Masterização irá ficar equilibrada, sem nada sobrando, sem frequências se sobressaindo e com um bom volume de reprodução.
Analisador de espectro – Use durante toda a Masterização
Quando tratamos o áudio, seja na Mixagem ou na Masterização, alteramos as propriedades. Isso gera diferenças nos níveis de LUFS (Loudness Units Relatives to Full Scale), a unidade de medida do som audível.
Esses níveis, se não forem adequados, geram distorções e desconforto quando ouvimos o áudio sendo reproduzido. Falando de forma mais clara, quando não tomamos cuidado na Masterização, o som vai ficar estourando.
Para controlar os níveis de LUFS ao longo do processo de Masterização, podemos usar os analisadores de espectro. Uma boa opção é o WLM Plus Loudness Meter, da Waves. Com ele, você pode acompanhar os níveis de LUFS e fazer os ajustes necessários para soar dentro do limite confortavelmente audível.
Ele é uma excelente ferramenta, sobretudo, para monitorar os efeitos da compressão e dos Limiters. Inclusive, esse plugin também funciona como um segundo limiter, ou seja, um recurso a mais para a Masterização.
Programas e consoles para Masterização
Se você não tem um grande studio analógico com todos os equipamentos necessários para Masterização, vamos apresentar alguns softwares para você usar. O primeiro deles é o Reaper, ou qualquer outra DAW. Existem duas formas de realizar a Masterização pela DAW. Uma delas é logo após a Mixagem, dentro do mesmo projeto.
Uma vantagem de masterizar assim é que você pode fazer pequenos ajustes na Mixagem, durante o processo. No entanto, não é aconselhável fazer essas duas coisas ao mesmo tempo para não se atrapalhar.
A outra forma é abrir a música em um novo projeto para realizar a Masterização. Assim, você trabalha de forma mais leve e não corre risco de bagunçar a Mixagem.
masterizando na DAW, você pode utilizar os plugins que desejar, inclusive os nativos do seu software de gravação favorito. Assim, você vai usar ferramentas que já domina e não terá dificuldades.
Outro excelente software para realizar a Masterização é o T-Racks. Com ele, você tem, literalmente, um rack de equipamentos para masterizar. O T-Racks foi criado para você ter a sensação de estar em um studio analógico. A qualidade sonora dos plugins da T-Racks é indiscutivelmente alta, tornando-o uma ferramenta excepcional de Masterização.
Por fim, se você ainda não domina muito o uso de muitos plugins, pode optar por consoles digitais de Masterização. Um bom exemplo é o Lurssen Mastering, da IK Multimedia. Nesse caso, é só abrir o áudio no console, selecionar um preset pré programado e exportar. Pronto, sua música está masterizada.
Conclusão
A Masterização, assim como a Mixagem e os outros processos da Produção de áudio, pode ser considerada uma arte. No entanto, não é algo impossível e inatingível a qualquer pessoa. Podemos aprender a fazer a Masterização como aprendemos a tocar um instrumento.
A principal ferramenta, nesse caso, é o ouvido. Busque referencias e ouça muito, até assimilar a sonoridade. Depois disso é só experimentar e testar até conseguir chegar ao objetivo traçado.
Dedicação e estudo são necessários, como em qualquer outra área. Mas, estudar sozinho e sem direção, certamente irá tornar o processo muito mais longo e muito menos prazeroso. Por isso, o ideal é buscar conhecimento de forma direcionada, sendo orientado por quem já tem experiência.
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